Alan Sencades

Apresentação/Mini biografia:

Natural do Recife, Pernambuco, Brasil, iniciou uma graduação em Letras na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) em 2014, que foi abandonada depois de decidir dedicar-se inteiramente às artes performativas. Em 2017, interessou-se pela roda cyr e começou a treinar autonomamente. Em busca deste tipo de formação, veio a Portugal para cursar o INAC (Instituto Nacional de Artes do Circo) e, durante o curso, teve a oportunidade de participar em festivais de circo como o Vaudeville Rendez-Vous e o Cúpula, em Portugal, o Eucima e o TAC, na Espanha, e o Circa, na França. Em 2020, finalizou o curso estreando o espetáculo solo “ferro à ferrugem” na Casa das Artes de Famalicão e, em seguida, participou no projeto Crece com o espetáculo “Alejandra”, apresentado no Teatro Circo Price, em Madrid. Além de continuar desenvolvendo a sua pesquisa, atualmente integra o corpo docente da ACE (Academia Contemporânea do Espetáculo) - Famalicão.

Sobre a obra/trabalho:

ferro à f e r r u g e m

O projeto “ferro à ferrugem” começou a ganhar forma(s) a partir de uma pesquisa da roda cyr, que é o aparelho de circo protagonista do espetáculo. Esta pesquisa culminou na descoberta de uma nova forma: uma onda semelhante à curva de um espiral. Pondo em comparação esta roda desconstruída com uma recém adquirida, observou-se um contraste: o aparelho circular, branco e íntegro se opunha ao aparelho espiráleo, cinza e distorcido. O trabalho, portanto, se desenvolveu sobre este contraste entre dois aparelhos que marcam momentos distintos de uma vida, com o objetivo de trazer uma reflexão sobre o processo de envelhecimento, inerente a todas as existências. A metáfora da ferrugem surgiu como referência tanto ao próprio material metálico do aparelho como a este processo natural de oxidação que acontece conforme o avançar do tempo. Sob esta metáfora da ferrugem e utilizando a linguagem do circo e da dança, este trabalho evoca imagens sobre transformação, velhice e memória.